domingo, 18 de novembro de 2007

Oficinas Técnicas

As sete oficinas técnicas oferecidas durante o 10° Festival de Cinema, Vídeo, Dcine de Curitiba produziram ao longo da semana uma série de curtas de animação, que totalizam 10 minutos de produção (veja quadro). A série completa foi apresentada no encerramento do Festival, no Cine Luz. “O grande diferencial destas oficinas foi a reunião, em um único evento, de tantas técnicas, inclusive a de produção de áudio”, comenta a animadora e coordenadora das oficinas, Eliane Gordeeff.

O público que participou das oficinas teve acesso a técnicas de produção artesanais, dirigidas às crianças até técnicas mais avançadas, totalmente informatizadas como Flash e a produção de trilha sonora. Em média cada oficina contou com a presença de seis alunos.
“A qualidade final do trabalho foi surpreendente. A troca dos oficineiros com aos alunos foi intensa e possibilitou o bom desenvolvimento das histórias. Vale ressaltar também que poucos alunos tinham alguma noção de produção”, diz Gordeeff.

Oficina inédita
O produtor musical Carlos Badia foi o responsável pela oficina Trilha Musical. O resultado desta oficina complementou a produção das outras animações. Os alunos participaram da criação e concepção estética e puderam explorar como recurso vocal a própria voz.

“Este é o primeiro Festival que oferece uma oficina de produção de trilha sonora. Por ter sido um trabalho coletivo o resultado foi excelente. Os alunos tinham um conhecimento musical bem rudimentar, mas um interesse e receptividade grandes o que contribuiu para o resultado”, comenta. Badia sugere a outros idealizadores de festivais, que incluam não só a oficina de trilha sonora, mas também outras oficinas de produção como capitação de recursos.

Afeto
O animador Wilson Lazaretti, responsável pela oficina de Sombra Chinesa, conseguiu repassar para seus alunos o processo de construção do desenho animado e a necessidade de trabalhar com um tema que eles acreditam. Os alunos que participaram da oficina fazem parte do PETI-Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

“A didática passa pelo envolvimento entre professor/aluno. Neste quesito meu grupo foi simplesmente fantástico. Em uma das aulas, uma aluna me perguntou se eu era rico. Respondi que sim, pois tinha eles, como alunos. É importante mostrar aos alunos que eles são fundamentais no processo. Durante as aulas não me preocupei com o uso da tecnologia, mas sim em mostrar ao grupo o potencial de realização de cada um”, declarou.

A oficina de Introdução à Animação Infantil de Flipbook, com Tadao Miaqui atendeu alunos com idade entre seis e 13 anos. Engenheiro por formação, Tadao utilizou toda sua vivência e paixão pela animação para mobilizar a atenção dos alunos. “Devido à faixa etária da garotada não me limitei a uma técnica. Trabalhamos com zootoscópio, flipbook, massinha, pixielacition e recorte”, explica.

“Ensinando ao padre“
A oficina de Animação em Flash com Cláudio Roberto teve como sala uma lan house e alunos muito especiais além dos inscritos. O renomado animador Lula Gonzaga e Caó Cruz Alves participaram das aulas. “Foi interessante utilizar um espaço diferente para as aulas, mas foi muito gratificante poder repassar para outros colegas experientes, como Lula Gonzaga, uma técnica que eles ainda não conheciam”, revela Roberto.

A Oficina de Clay Animation (Stopmotion massinha), ministrada pelo animador Quiá Rodrigues, funcionou na Cinemateca possibilitou a produção de quatro animações individuais. O número menor de alunos possibilitou um profundamento da técnica. “Mostrei novas técnicas e materiais para confecção de peças, que vão contribuir para o processo de produção dos alunos. Principalmente aqueles que já trabalham profissionalmente com biscuit”, comenta.

Quiá sugeriu que os alunos formarem um núcleo de animadores com esta técnica em Curitiba criando novas possibilidades de trabalho e intercâmbio.

Mostra de Animação
Além de coordenar as oficinas técnicas Gordeeff também foi responsável pela Mostra de Animação. Ao todo foram apresentados 51 títulos divididos por: faixa etária (infantil/jovem/adulto), memória e por técnica (2D, Stopmotion, 3D).

Dentro da Mostra Memória Gordeeff destaca a apresentação do primeiro Stopmotion produzido no Brasil, em 1942, com 18 minutos “Dragãozinho Manso”. Outro ponto alto desta mostra foram os comerciais da década de 70, quando a Sharp foi lançada no Brasil. As cópias destes comerciais foram cedidos pelo próprio produtor Walbercy Ribas.

“Nenhum vídeo foi exibido duas vezes, conseguimos abrir espaço para o maior número possível de trabalhos envolvendo produções de quase todas as regiões do país”, diz.
Dos vídeos exibidos na Mostra de Animação 60% receberam prêmios internacionais e 95% prêmios nacionais. Isto, na avaliação de Gordeeff, comprova o crescimento dos últimos cinco anos, da produção do segmento animação no Brasil.

Serviço - Contato com os oficineiros:
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Oficina: Story Board
Oficineiro: Luc Chamberland
Animação: O elefante elegante e o leão malandro


Oficina: Animação em Flash
Oficineiro: Cláudio Roberto
Animação: Salve sua vida


Oficina: Sombra Chinesa
Oficineiro: Wilson Lazaretti
Animação: O reeencontro 2’30


Oficina: Flipbook
Oficineiro: Tadau Miaqui
Animação: A Fantástica fábrica 1'19 de Animação








2D Lancast Mota Pegar e Comer ‘50







Oficina: Stopmotion (massinha)
Oficineiros: Quiá Rodrigues
Animação: Estórias e Massinhas 3’00




Trilha Sonora Carlos Badia
A trilha sonora complementou a produção
dos seis curtas de animação.